Funções no organismo
A vitamina E tem um papel fundamental no metabolismo de todas as células. Atua como antioxidante protegendo as células (particularmente as membranas celulares) dos efeitos nefastos dos radicais livres 3.
A vitamina E está envolvida na função imunitária, é importante também para a produção de glóbulos vermelhos e ajuda o organismo a utilizar a vitamina K3.
Fontes de vitamina E
A vitamina E é sintetizada unicamente pelas plantas sendo assim encontrada nos produtos vegetais, cujas principais fontes são os óleos de origem vegetal (amendoim, soja, palma, milho, cártamo, girassol, etc.) e com menor expressão as sementes e grãos de cereais1.
Alimento |
Conteúdo em vitamina E (Tocoferol) |
Óleo de soja |
56–160 mg/100g |
Óleo de milho |
53-162 mg/100g |
Óleo de palma |
33-73 mg/100g |
Óleo de Amendoim |
20-32 mg/ 100g |
Azeite |
5-15 mg/100g |
Manteiga |
1-5 mg/100g |
Óleo de coco |
1-4 mg/ 100g |
Fonte: Adaptado de Gerald F. Combs, Jr. The Vitamins Fundamental aspects in nutrition and health. Third edition. Elsevier AP. 20084
A vitamina E é pouco sensível ao calor, luminosidade e ácidos, no entanto é sensível à presença de bases e à oxidação5.
Estabilidade
Durante a cozedura dos alimentos presume-se que as perdas de vitamina E não excedam os 20%5.
Carência em vitamina E
A carência em vitamina E é rara. Os bebés prematuros ou de baixo peso (menos de 1500 g) podem apresentar deficiência nesta vitamina. Neste caso, a suplementação pode reduzir o risco de algumas complicações, como as que afetam a retina, no entanto também pode aumentar o risco de infeções6.
Para a vitamina E poder ser absorvida é necessária a presença de gordura no aparelho digestivo por isso, doentes com problemas na absorção de lípidos têm maior probabilidade de desenvolver carência nesta vitamina1.
A deficiência em vitamina E pode resultar em sintomas neurológicos, incluindo alterações no equilíbrio e coordenação, lesões nos nervos sensitivos, fraqueza muscular e lesões na retina1.
Valor de Referência do Nutriente (VRN)6
Idade |
Masculino (mg/dia) |
Feminino (mg/dia) |
|
Lactentes |
0-6 meses* |
4 |
4 |
7-12 meses* |
5 |
5 |
|
Crianças |
1-3 anos |
6 |
6 |
4-8 anos |
7 |
7 |
|
9-13 anos |
11 |
11 |
|
Adolescentes |
14-18 anos |
15 |
15 |
Adultos |
19 anos ou mais |
15 |
15 |
Grávidas |
- |
15 |
|
Mulheres a amamentar |
- |
19 |
*IA: ingestão adequada: não existem estudos que permitam estabelecer o VRN, mas estes valores garantem uma nutrição adequada.
Utilidade terapêutica
A suplementação com vitamina E poderá ser necessária em pessoas com distúrbios digestivos incluindo doença intestinal crónica ou pessoas que foram submetidas a cirurgias digestivas, uma vez que a capacidade de absorção de vitaminas lipossolúveis; é mais reduzida3.
Para além disso, devido ao seu carácter antioxidante , a vitamina E pode ser benéfica em casos de degeneração macular, diabetes mellitus tipo 2, fígado gordo e doença de Alzheimer, mas são necessários mais estudos que confirmem esta hipótese1.
Precauções
Doses elevadas de α-tocoferol podem interferir com a coagulação aumentando o risco de hemorragia em doentes a tomar anticoagulantes orais. Por isso, os doentes tratados com medicamentos anticoagulantes ou doentes em espera para cirurgias devem evitar níveis elevados de vitamina E.1,6
O ferro inorgânico (sulfato ferroso) destrói a vitamina E, assim estas duas substâncias não devem ser ingeridas ao mesmo tempo2.
Os médicos oncologistas não aconselham a utilização de suplementos com antioxidantes durante o tratamento de quimioterapia ou radioterapia uma vez que pode reduzir a sua eficácia, pela inibição do stress oxidativo nas células cancerígenas. Alguns estudos dizem que é necessário avaliar a relação risco-benefício da utilização de suplementos antioxidantes em conjunto com os tratamentos para o cancro 6.
A vitamina E interfere na absorção de alguns tipos de fármacos, como é o caso dos antidepressivos tricíclicos , antipsicóticos e beta-bloqueadores 3.
Por outro lado, certos medicamentos podem diminuir os níveis de vitamina E, como o orlistato , sucralfato , fenobarbital , fenitoína , carbamazepina , gemfibrozil e colestiramina 1,3.
- 1922 - Na Universidade da Califórnia, o Dr. Herbert M. Evans e a sua assistente Katherine S. Bishop descobriram a vitamina E. Ao alimentar um grupo de ratos unicamente com alimentos lácteos verificaram que estes cresciam normalmente, no entanto em todas as fêmeas gestantes os fetos morriam no útero. Quando a dieta era suplementada com alface e gérmen de trigo os ratinhos nasciam saudáveis. Concluíram, assim, que haveria algum fator em falta na alimentação dos ratos que era causador deste problema.
- 1936 - São obtidos os primeiros preparados de vitamina E a partir do óleo de gérmen de trigo por H. Evans e a sua equipa.
- 1938 – Síntese da vitamina E por P. Karrer.
- 1968 – A vitamina E é reconhecida como um elemento nutricional essencial para o homem.
- 1975 – É demonstrado o efeito protetor da vitamina E em relação a algumas doenças cardiovasculares e cancerígenas.
- 1983 – Identifica-se a ação da vitamina E contra os radicais livres .
- http://lpi.oregonstate.edu/mic/vitamins/vitamin-E - Linus Pauling Institute. 2015
- Mindell, E., Tudo sobre as vitaminas. Plátano. 1991 pags 61-62; 218-220;255-258
- http://umm.edu/health/medical/altmed/supplement/vitamin-e - University of Maryland Medical Center. 2016
- Gerald F. Combs, Jr. The Vitamins Fundamental aspects in nutrition and health. Third edition. Elsevier AP. 2008
- Le Grusse, J.; Watier, B., Les vitamines – Données Biochimiques, nutritionneles et cliniques. Centre D'Etude et D'Information sur les Vitamines.1993. pags 81-100
- https://ods.od.nih.gov/factsheets/VitaminE-HealthProfessional/ - US department of Health & Human services. 2016